Calendário de Eventos Ambientais no Entorno do Parque Estadual do Rio Doce

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Abelhas nativas!


Uma preservação Ambiental abrangente e imprescindível


DSC07920Sempre vemos na mídia animais e plantas ameaçados de extinção como o ouriço, lobo guará, tamanduá bandeira, serpentes entre outros, sendo salvos em ações de preservação, como na inundação de terrenos por lagos de hidrelétricas, porem nunca observei na imprensa abelhas nativas sendo salvas. Precisamos ter em mente que na cadeia alimentar desses animais estão as plantas que se reproduzem através de flores que por sua vez necessitam dos insetos para sua polinização. Daí a importância dos Meliponineos ou abelhas sem ferrão (ASF), que são responsáveis por mais de oitenta por cento da polinização de nossas florestas nativas, neste contexto é possível mensurar a influencia dessas abelhas em ecossistemas onde o homem intervem modificando-os de alguma forma, e algumas ações propostas é a preservação das ASF com sustentabilidade. Já visitei parques estaduais e nacionais que apesar de sua ótima estrutura não possuem pessoas qualificadas para acomodar e preservar colônias de ASF e precisam ser cortadas, porem sem o aproveitamento adequado das abelhas em seu habitat natural.Outro aspecto a ser observado é a conscientização de comunidades que vivem no entorno de parques, qualificando agricultores para criação racional de ASF tendo em vista a sustentabilidade e a inclusão social dessas comunidades. Podemos também estender essa qualificação aos povos indígenas de Minas Gerais como xacriabá, na região de são João das Missões, os patoxó e outras comunidades no estado, resgatando em muitas delas o costume da criação dessas abelhas. Vale lembrar que as ASF são abelhas nativas do Brasil criadas pelos índios antes da colonização portuguesa e trata-se de uma cultura milenar entre esses povos, como nas civilizações Maias, Astecas e Incas.Construir caixas para criação dessas abelhas (que são bem simples), utilizar as ASF na polinização (dentro ou fora de estufas, em culturas orgânicas ou não)aumentando a produção e a qualidade de legumes e frutos como por exemplo o morango, colher o mel, que apesar de uma produção menor comparado ao das abelhas africanizadas, possuem valor comercial bem mais alto, como o mel da abelha jataí. Estimular o artesanato para confecção de embalagens diferenciadas para o mel (confeccionadas com folhas ou pseudo-caule de bananeira, buriti e capim dourado), permitir o acesso de pessoas mais idosas e já aposentadas a criação dessas abelhas (criação de abelhas para melhor idade,curso ministrado na USP – São Paulo), são formas de melhorar a renda e a saúde das comunidades. Também devemos informar e propor aos apicultores (que criam apís mellífera), que respeitem uma faixa de pelo menos 2 km em torno de parques e reservas afastando os apiários de abelhas africanizadas, para que as mesmas não entrem em concorrência com as ASF pela busca de alimento. Como forma complementar e inovadora de ações mitigadoras ou mesmo compensatórias, que é a montagem de meliponários (lugar onde coloca-se varias caixas de ASF agrupadas) em projetos industriais, construção de rodovias, lagos de hidrelétricas, passagem de redes de transmissão de energia, de água, de gás etc... estimulando empresas públicas como a CEMIG, COPASA, e privadas como a Arcelor Mittal, Cenibra e outras principalmente do ramo de florestas plantadas que incluíssem as ASF como principal objeto de preservação em suas ações ambientais, estas medidas de preservação nos leva a evitar a extinção de algumas abelhas como a melípona rufiventris(urucu amarela ou tiuba) melípona marginata manduri, melípona bicolor (pé de pau), tetrágona clavipes (borá) e outra mais como a melípona quatrofarciata a manda çaia no tupi - guarani na língua indígena siguinifica: manda - vigia e çaia - bonito.


REFLETIR

“Se a abelha desaparecer da superfície do planeta, então ao homem restariam apenas quatro anos de vida. Com o fim das abelhas, acaba a polinização, acabam as plantas, acabam os animais, acabam o homem”.
                                                                                                      Albert Einstein

Na realidade em que vivemos (hoje) não basta impedirmos a devastação da Amazônia, conservarmos nossos biomas e seus ecossistemas, conservamos matas ciliares ou proteger nascentes, não basta produzirmos milhares e milhares de mudas nativas para reflorestamento, distribuí-las e plantá-las se no futuro não houver quem as polinize.



                                                Saudações florestais...


                                     ATT.
Cláudio Fernandes
Técnico viveiro PERD/IEF

Nenhum comentário:

Postar um comentário