Uma preservação Ambiental abrangente e imprescindível
Sempre vemos na mídia
animais e plantas ameaçados de extinção como o ouriço, lobo guará, tamanduá
bandeira, serpentes entre outros, sendo salvos em ações de preservação, como na
inundação de terrenos por lagos de hidrelétricas, porem nunca observei na
imprensa abelhas nativas sendo salvas. Precisamos ter em mente que na cadeia
alimentar desses animais estão as plantas que se reproduzem através de flores
que por sua vez necessitam dos insetos para sua polinização. Daí a importância
dos Meliponineos ou abelhas sem ferrão (ASF), que são responsáveis por mais de
oitenta por cento da polinização de nossas florestas nativas, neste contexto é
possível mensurar a influencia dessas abelhas em ecossistemas onde o homem
intervem modificando-os de alguma forma, e algumas ações propostas é a
preservação das ASF com sustentabilidade. Já visitei parques estaduais e
nacionais que apesar de sua ótima estrutura não possuem pessoas qualificadas
para acomodar e preservar colônias de ASF e precisam ser cortadas, porem sem o
aproveitamento adequado das abelhas em seu habitat natural.Outro aspecto a ser
observado é a conscientização de comunidades que vivem no entorno de parques,
qualificando agricultores para criação racional de ASF tendo em vista a
sustentabilidade e a inclusão social dessas comunidades. Podemos também
estender essa qualificação aos povos indígenas de Minas Gerais como xacriabá,
na região de são João das Missões, os patoxó e outras comunidades no estado,
resgatando em muitas delas o costume da criação dessas abelhas. Vale lembrar que
as ASF são abelhas nativas do Brasil criadas pelos índios antes da colonização
portuguesa e trata-se de uma cultura milenar entre esses povos, como nas
civilizações Maias, Astecas e Incas.Construir caixas para criação dessas
abelhas (que são bem simples), utilizar as ASF na polinização (dentro ou fora
de estufas, em culturas orgânicas ou não)aumentando a produção e a qualidade de
legumes e frutos como por exemplo o morango, colher o mel, que apesar de uma
produção menor comparado ao das abelhas africanizadas, possuem valor comercial
bem mais alto, como o mel da abelha jataí. Estimular o artesanato para
confecção de embalagens diferenciadas para o mel (confeccionadas com folhas ou
pseudo-caule de bananeira, buriti e capim dourado), permitir o acesso de
pessoas mais idosas e já aposentadas a criação dessas abelhas (criação de
abelhas para melhor idade,curso ministrado na USP – São Paulo), são formas de
melhorar a renda e a saúde das comunidades. Também devemos informar e propor
aos apicultores (que criam apís mellífera), que respeitem uma faixa de pelo
menos 2 km
em torno de parques e reservas afastando os apiários de abelhas africanizadas,
para que as mesmas não entrem em concorrência com as ASF pela busca de
alimento. Como forma complementar e inovadora de ações mitigadoras ou mesmo
compensatórias, que é a montagem de meliponários (lugar onde coloca-se varias
caixas de ASF agrupadas) em projetos industriais, construção de rodovias, lagos
de hidrelétricas, passagem de redes de transmissão de energia, de água, de gás
etc... estimulando empresas públicas como a CEMIG, COPASA, e privadas como a
Arcelor Mittal, Cenibra e outras principalmente do ramo de florestas plantadas
que incluíssem as ASF como principal objeto de preservação em suas ações
ambientais, estas medidas de preservação nos leva a evitar a extinção de
algumas abelhas como a melípona rufiventris(urucu amarela ou tiuba) melípona
marginata manduri, melípona bicolor (pé de pau), tetrágona clavipes (borá) e
outra mais como a melípona quatrofarciata a manda çaia no tupi - guarani na
língua indígena siguinifica: manda - vigia e çaia - bonito.
REFLETIR
“Se a abelha
desaparecer da superfície do planeta, então ao homem restariam apenas quatro
anos de vida. Com o fim das abelhas, acaba a polinização, acabam as plantas,
acabam os animais, acabam o homem”.
Albert
Einstein
Na realidade
em que vivemos (hoje) não basta impedirmos a devastação da Amazônia, conservarmos
nossos biomas e seus ecossistemas, conservamos matas ciliares ou proteger
nascentes, não basta produzirmos milhares e milhares de mudas nativas para
reflorestamento, distribuí-las e plantá-las se no futuro não houver quem as
polinize.
Saudações
florestais...
ATT.
Cláudio
Fernandes
Técnico
viveiro PERD/IEF
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